Polifonia como estratégia no processo de recontextualização da ciência no gênero reportagem televisiva
Resumo
Este artigo apresenta uma análise das vozes apresentadas nas reportagens de popularização da ciência (PC), especificamente no programa Globo Ecologia veiculado pela Rede Globo de Televisão, a fim de identificar como ocorre o processo de popularização da ciência a partir das vozes. Para esta pesquisa, foram analisadas 5 reportagens do programa sob a perspectiva da Análise Crítica do Discurso (Fairclough, 2001) e sob a ótica da Teoria da Representação dos Atores Sociais (Leeuwen, 1996), juntamente com os pressupostos teóricos de Bakhtin (1992, 2008) acerca da polifonia. Os resultados indicam que o corpus apresenta uma multiplicidade de vozes, as quais juntamente com as diferentes posições enunciativas, representadas por jornalista/repórter/apresentador, instituições, pesquisador, público, governo, ONU e UNESCO, podem ser interpretadas como recursos linguísticos que contribuem para demarcar a recontextualização do conhecimento especializado para o público telespectador. Este artigo é um recorte da pesquisa “A recontextualização do discurso midiático no processo de popularização da ciência”- edital universal MCTI/CNPq n. 14/2013.Downloads
Referências
ASSIS, F; LAURINDO, R; MELO, J. Gêneros Jornalísticos: teoria e práxis. Blumenau: Edifurb, 2012.
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BAKHTIN, M. Problemas da Poética de Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Florense Universitária, 2008.
BELL, B; FREYBERG, P. Learning in Science. In: Language in the Classroom of Sciences. London: Freyberg, 1987.
BEZERRA, P. Polifonia. In: BRAIT, Beth. Bakhtin: Conceitos-Chave. 4. Ed. São Paulo: Contexto, 2008.
BONINI, A. O conceito de gênero textual/discursivo: teorias versus fenômeno. In: CRISTÓVÃO, V. L. L; NASCIMENTO, E. L. Gêneros textuais: teoria e prática. Paraná: Moriá, 2004.
BORILLO, A. Discours ou métadiscours? In. DRVAV Revue de linguistique. Métalangue. Métadiscours. Métacommunication, 1985.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e Mudança Social. Brasília: UNB, 2001.
FARACO, C. A. Linguagem e Diálogo- as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin. Paraná: Criar Edições, 2003.
GANZ, P. A Reportagem em Rádio e Televisão. Lisboa: Editorial Síntesis, 1996.
GARCÍA, J. B. Realización de los Géneros Televisivos. Madrid: Editorial Síntesis, 1996.
HEMAIS, B. Gêneros discursivos e multimodalidade: desafios, reflexões e propostas no ensino de inglês. São Paulo: 2015.
MACHADO, I. Gêneros Discursivos. In: BRAIT, B. Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2012.
MAINARDES, J; STREMEL, S. A teoria de Basil Bernstein e algumas de suas contribuições para as pesquisas sobre políticas educacionais e curriculares. Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), 2010.
MARCUZZO, P. Ciência em Debate: Uma Análise do Gênero Notícia de Popularização da Ciência. Fórum Linguístico, Florianópolis, v. 7, n. 2, (40-54), jul-dez, 2010.
MARCUZZO, P. Diálogo inconcluso: os conceitos de dialogismo e polifonia na obra de Mikhail Bakhtin. Cadernos do IL, Porto Alegre, nº 36, junho/2008.
MEURER, J. L.; BONINI, A.; MOTTA-ROTH, D. Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2005.
OLIVEIRA, F. Jornalismo Científico. São Paulo: Contexto, 2005.
PINHEIRO, N. Saúde Masculina: invisível até na TV. In: XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Recife, 2011.
RIBEIRO; SACRAMENTO. Bakhtin: Linguagem, Cultura e Mídia. São Paulo: Pedro e João editores, 2010.
VAN LEEUWEN. T. The Representation of Social Actors. In: CALDAS- COULTHARD, C. R.; COULTHARD, M. (Eds). Texts and Practice. London: Routledge, 1996.
Copyright (c) 2017 Patrícia Santos Albarello, Najara Ferrari Pinheiro

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos da licença Creative Commons
CC BY-NC-ND 4.0: o artigo pode ser copiado e redistribuído em qualquer suporte ou formato; os créditos devem ser dados ao autor original e mudanças no texto devem ser indicadas; o artigo não pode ser usado para fins comerciais; caso o artigo seja remixado, transformado ou algo novo for criado a partir dele, o mesmo não pode ser distribuído.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.